Mainstream & Underground.


A cena paraense encontra-se neste universo paralelo.Fico feliz por um lado e insatisfeito por outro,na verdade estou confuso.Feliz pela alegria de todos dentro das festas,o respeito e admiração de cada um,o encontro e abraços perdidos por aqueles que nunca trocaram um olhar se quer,a positividade da maioria em estar dançando e contemplando aquele dj,que mesmo não sabendo quem ele seja,está ao seu lado na pista até o final da festa.Saber reconhecer quando o mesmo erra,mas não vaia,pelo contrário,o aplaude e espera o retorno daquele bumbo contagiante.

Organizadores,mesmo contando com um público pequeno,fazem um esforço total para trazer aquela atração internacional.Contando com nenhum patrocinador,ainda sim conseguem realizar um excelente espetáculo.Claro que a comercialização é inevitável, e ao contrário que muitos pensam isso de forma alguma anula o movimento underground,e sim apróxima todos e rompe qualquer barreira entreeles.

Com um line up ,digamos ,não tão rico como das grandes raves comerciais da vida,o público comparece com todo seu entusiasmo e euforia.Somos felizes e muitos não sabem,prefiro ter um número limitado de frequentadores á ter 30 mil pessoas sem noção alguma do que esta havendo.Se importando apenas com sua aparência,se entupindo de entorpecentes até cair - aliás ,qual foi o último caso de overdose em uma festa rave em Belém?Acho que nunca tivemos -.

Mesmo não sabendo,a grande maioria se torna sim parte de um público ''underground'',o que falta para alguns é uma oportunidade a informação.Não apenas saber distinguir cada estilo ou reconhecer a música que está tocando,ter consciência onde se encontra,a sua cultura,saber respeitar a natureza(não só o local) e ao próximo.Valores importantes dentro da cultura eletrônica,a paz como natureza e a felicidade como filosofia.

A popularização do estilo em Belém atrapalharia?Esta é a minha grande dúvida.Por um lado não,por outro...vimos o que aconteceu nas grandes capitais.Festas com apelos totalmentes comerciais,jogando no evento aquilo que lhe geraria mais lucro,fugindo totalmente dos principais ideais da cultura trance.Preços absurdos,organizadores financiando o tráfico,trabalhando em parceria com traficantes para vender drogas dentro das festas.

Estou feliz com a nossa cena,mesmo com número reduzidos de festas,ainda sim temos excelentes raves.Volto a repetir,o que falta é um acesso a informação a todos.Saber diferenciar estilos diferentes,entender o que se passa na cultura eletrônica.Palestras,workshops dentro das raves ajudaria bastante.O público é obrigado a ouvir o que outros desejam,a maioria não obtém do que está tocando,mas muitos gostariam de saber e opinar sobre a cena.

Muitos desejam a mudança,mas poucos demostram a mudança que querem ver.

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